Histórico

Expedição de coleta realizada na Ilha de Trindade pelo Prof. Johan Becker entre 1994-1995. Foto: R. Alves

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A Coleção Entomológica do Museu Nacional se inicia com o Departamento de Entomologia. Grandes nomes da entomologia contribuíram para a formação do acervo do Museu Nacional como: José Cândido, Newton Santos, Dalcy de Oliveira Albuquerque, Isolda Rocha e Silva, Miguel Monné, Johann Becker, Roger Arlé, Janira Costa entre outros, além de grandes coletores como Olmiro Roppa e Haroldo Sandim.

Para conhecer mais sobre os ilustres pesquisadores que já contribuíram para a Coleção de Entomologia, clique nos nomes abaixo:

Roger Pierre Hypollite Arlé

Ingressou no Museu como assistente voluntário e em 1939 foi nomeado naturalista. Responsável pela coleção de Collembola. Depois da sua aposentadoria, a coleção passou para a responsabilidade da Dra Maria Cleide de Mendonça.

Newton Dias dos Santos

Nomeado como Naturalista em 1940, foi responsável pela coleção de Insetos Aquáticos que, depois da sua aposentadoria passou para a responsabilidade de uma de suas alunas, Dra Janira Martins Costa. Foi Diretor do Museu Nacional de 1961 a 1964. Dr. Newton teve uma atuação muito importante na motivação de novos talentos através da sua participação no Cecigua (Centro de Ciências da Guanabara) que ministrava cursos para estudantes em vários níveis de formação.

Romualdo Ferreira de Almeida

Excursionou a serviço do Museu em fevereiro de 1947, com a finalidade de fazer pesquisas bibliográficas em bibliotecas paulistas.  Entre setembro e outubro do mesmo ano, esteve no Espírito Santo, onde realizou observações e coletou material zoológico.  Em 1948, retornou ao estado de São Paulo, para observar lepidópteros e coletar mais material.  Foi designado, em agosto de 1949, para uma nova excursão do Museu, a regiões do Leste e do Sul do Brasil.  Recebeu, por decreto de 17 de novembro de 1950, a Ordem Nacional do Mérito, no grau de oficial, em reconhecimento por sua atuação no campo da Entomologia.  Participou, em 1951, de excursões aos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, com finalidades semelhantes às das anteriores.  Foi reclassificado, em junho de 1952, no cargo de entomologista.  Excursionou em 1953 pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, observando as faunas locais.  Deu prosseguimento a estas atividades em 1954 e 1955.  Publicou trabalhos sobre lepidópteros em 1956.

Fontes: DA 294, pp. 89, 185, 298, 324 e 340 e Relatório Anual de 1956, p. 73.

José Cândido de Mello Carvalho

Ingressou no Museu Nacional em 1945, como Zoólogo especializado, e foi o responsável pela coleção de Hemiptera. Foi um dos maiores especialistas de Miriidae e realizou 622 publicações científicas. Foi Diretor do Museu Nacional entre 1956 e 1961, e durante a sua gestão foi reinaugurada a exposição do Museu Nacional (1958) que contou com a presença do então Presidente do Brasil, Jucelino Kubitschek.

Isolda Rocha e Silva

Ingressou em 1950 como estagiária da Instituição. Responsável pela coleção de Blattaria. Depois da sua aposentadoria, a coleção passou para a responsabilidade da Dra Sonia Maria Lopes Fraga.

Dalcy de Oliveira Albuquerque

Responsável pela coleção de Diptera do Museu Nacional, dirigiu a casa de 1972 a 1976. Foi orientador do estudante Sérgio Pacheco, autor primeira tese defendida no então curso de Pós-graduação em Zoologia. Dr. Dalcy formou diversos estudantes que deram continuidade à pesquisa dos dípteros, entre eles Dr. Claudio José Barros de Carvalho (Universidade Federal do Paraná) e Dra Márcia Souto Couri (Museu Nacional).

Miguel A. Monné

Implantou um núcleo de pesquisas em Coleoptera no Museu Nacional, iniciando suas atividades na instituição em 1974. Responsável pela coleção de Coleoptera, foi alicerce de uma nova geração de pesquisadores de Cerambycidae e de outras famílias de besouros, orientou diversas dissertações de Mestrado e teses de Doutorado. Publicou cerca de 160 artigos científicos, 30 livros e capítulos de livros, entre eles, vários volumes do catálogo de Cerambycidae, obra que reúne o conhecimento da família na região Neotropical.

Corpo técnico atual

Atualmente, o Departamento conta com 10 docentes, 6 técnicos, pesquisadores colaboradres e inúmeros estudantes de pós graduação e de graduação. Os integrantes atuais do Departamento podem ser conferidos na aba “Departamento”.

Antiga coleção do departamento de entomologia situada no Palácio. Foto: C. Mello-Patiu

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A Coleção Entomológica era composta por representantes de diversos grupos de insetos e era uma das maiores e mais importantes da América do Sul. A Coleção abrigava um valioso acervo que representava importante banco de dados sobre a identificação e ocorrência geográfica de insetos e esse material foi acumulado a partir de expedições de coleta, permutas com outras instituições e doações.

Besouros da antiga coleção de Coleoptera. Foto: Equipe SIBBR

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A Coleção Entomológica no Palácio estava depositada em armários compactadores, que abrigavam em torno de 13.000 gavetas entomológicas, laminários e exemplares em vidros com álcool. Até 2018 havia uma estimativa de 12.005.000 exemplares depositados na coleção. O incêndio, em dois de setembro de 2018, ocasionou a perda de toda a coleção que estava no Palácio.

Pós Incêndio

Coleção de Diptera do prédio Anexo que não foi perdida no incêndio. Foto: M. Couri

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Uma parte da coleção entomológica que se encontra depositada no prédio Alípio Miranda Ribeiro, conhecido como prédio Anexo, foi totalmente preservada. Ela conta com cerca de 42.000 exemplares da Ordem Diptera com registros digitalizados. A coleção apresentava cerca de 3.000 tipos primários de diversas ordens de insetos e destes, 407 que estavam no prédio Anexo foram
preservados.

Integrantes do projeto SIBBR digitalizando a Coleção de Entomologia. Foto: Equipe SIBBR

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Apesar da perda inestimável de grande parte da coleção, os dados publicados em inúmeras publicações são o testemunho virtual desse material perdido. Em janeiro de 2016 teve início o projeto de digitalização das coleções entomológicas vinculado ao Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SIBBr) que hoje conta com cerca de 117.300 espécimes de insetos disponíveis para consulta.

Etiquetas da antiga Coleção de Entomologia do Museu Nacional. Foto: Equipe SIBBR

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Além dessa iniciativa, os tipos primários de cerambicídeos (Coleoptera) estão disponíveis online e projetos paralelos estão sendo desenvolvidos com o intuito de prover mais informações das coleções no formato digital, em especial do material tipo.

Exemplares de Lepidoptera da atual Coleção de Entomologia. Foto: T. Zacca

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Atualmente, a coleção conta com cerca de 75.000 exemplares, oriundos de coletas, doações e exemplares que não foram afetados pelo incêndio. A coleção está sendo reconstruída por meio de expedições de coleta, com suporte das instituições de fomento, doações de particulares e de instituições parceiras do Museu Nacional/UFRJ. Desta forma, a Coleção Entomológica do Museu Nacional vem sendo reestruturada e já possui capacidade para receber mais doações de acervos científicos, tanto de material conservado a seco como em meio líquido.

Texto do livro Museu Nacional Panorama dos acervos: passado, presente e futuro. Editora: Cristina Serejo. 2020.