Os grilos (ordem Orthoptera, superfamília Grylloidea) são bastante conhecidos devido ao seu canto, o famoso ‘cri-cri‘, que é produzido pelos machos de algumas espécies e tem a função de atrair fêmeas para o acasalamento. Este processo de produção de som recebe o nome de estridulação e é formado nas asas dos indivíduos machos. Porém, no universo dos grilos, muitas espécies não estridulam (ou não cantam), como as espécies do gênero Neometrypus (Orthoptera, Grylloidea, Gryllidae). Estes grilos habitam a vegetação arbustiva de ambientes florestais e, além de não estridularem, exibem um padrão de coloração incomum para os grilos, incluindo branco, preto, vermelho e laranja.
Recentemente, o professor Prof. Pedro Souza-Dias, do Departamento de Entomologia do Museu Nacional-UFRJ, e o doutorando Lucas de Campos, do Instituto de Biociências da USP, descreveram dez novas espécies de Neometrypus. As novas espécies ocorrem exclusivamente no Brasil, a maioria na Mata Atlântica e uma na Amazônia, e foram nomeadas em homenagem aos docentes do Departamento de Entomologia. Nas palavras do Prof. Souza-Dias: “Este trabalho é dedicado aos nossos bravos colegas do Departamento de Entomologia do Museu Nacional, que são homenageados nas novas espécies devido à sua grande contribuição para o conhecimento da biodiversidade brasileira. Também expressamos nossa admiração por sua força e resiliência em continuar a orientar estudantes e pesquisadores e produzir ciência de alta qualidade diante de um grande trauma como o terrível incêndio de 2018. Vocês são realmente uma inspiração para nós”.
O artigo foi publicado esta semana na revista internacional, Zootaxa e pode ser acessado no link abaixo: https://mapress.com/zt/article/view/zootaxa.5060.4.1
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